Caracterização

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  1. Processo de observação e análise de recursos biológicos (de animais, plantas e microrganismos) com o objetivo de obter informações relacionadas a sua herança genética. Na caracterização são gerados dados e informações pelo uso de descritores de alta herdabilidade, de fácil identificação e com expressão em todos os ambientes (GIACOMETTI, 1988; FUKUDA et al., 1996 apud COSTA et al., 2007), tais como: características botânicas de plantas expressas em descritores morfológicos, descritores genéticos e outros. (COSTA et al. 2007).[1] Ver Observação, Avaliação, Descritor de caracterização;
  2. Caracterização é a descrição do germoplasma da planta. Determina a expressão de caracteres altamente hereditários que variam de características morfológicas, fisiológicas ou agronômicas a proteínas de sementes e marcadores moleculares ou de óleo [2];
  3. caracterização agronômica: atividade de manejo de indivíduos de espécies vegetais de interesse para conservação que permite identificar e separar geneticamente os acessos que compõem a coleção ou banco de germoplasma, de modo a incrementar o catálogo de descritores de acessos com informações agronômicas essenciais para o manejo e gestão do acervo da coleção. A caracterização agronômica estimula a utilização desses acessos nas atividades de melhoramento genético de plantas, ou diretamente na agricultura. Um dos maiores desafios dos bancos de germoplasma é tornar os acervos genéticos atrativos para uso pelos melhoristas. Nesse sentido, a caracterização agronômica dos acessos é considerada importante passo para a qualificação e valorização do acervo da coleção. A simples existência de dados de caracterização agrega valor ao recurso genético depositado para conservação e estimula o seu uso pelos clientes do banco ou coleção de germoplasma. As atividades de caracterização agronômica podem ser realizadas em laboratório, casas de vegetação ou diretamente no campo, e tem como atividade complementar a documentação em sistema de modo a organizar os dados e informações obtidos para consulta pública especializada e atividades de melhoramento, inclusive intercâmbio de germoplasma [3];

Padrões de caracterização

A atividade de caracterização deve ser baseada em formatos de medição padronizados e calibrados. Os dados de caracterização devem seguir as listas de descritores acordados internacionalmente, devendo ser disponibilizados para consulta pública. Cerca de 60% de germoplasma em conservação devem ser caracterizadas dentro de cinco a sete anos após a aquisição ou durante o primeiro ciclo de regeneração [4].

Padrões

A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) atua no sentido de unir especialistas do mundo inteiro com objetivo de propor diretrizes, políticas e padrões internacionais para atividades de conservação e manejo de recursos genéticos de plantas em coleções e bancos de germoplasma. Segundo a instituição, são recomendáveis para caracterização [5]:

  • Cerca de 60% dos acessos devem ser caracterizadas dentro de cinco a sete anos após a aquisição ou durante o primeiro ciclo de regeneração.
  • Ensaios de caracterização devem ser baseados em formatos de medição padronizados e calibrados, nos quais os dados de caracterização devem seguir as listas de descritores acordados internacionalmente, e disponibilizados ao público.

Aspectos da caracterização

Em coleções e bancos de germoplasma, a caracterização pode ser realizada em qualquer estágio do processo de conservação, desde que haja número suficiente de sementes para composição de amostra e realização de ensaios. É essencial que o germoplasma em conservação seja conhecido e descrito em amplo conjunto de informações para permitir o uso eficiente no trabalho de melhoristas de plantas. No contexto da conservação de germoplasma, as atividades de caracterização devem ser realizadas com objetivo otimizar a produção de dados e informações de interesse de melhoristas e assim agregar valor à coleção. O esforço das atividades de Caracterização se concentra na produção de um conjunto mínimo de características fisiológicas, fenotípicas e qualitativas de sementes e descritores morfológicos, aplicados a espécies típicas, em condições específicas de ambiente e clima. Descritores úteis também podem ser encontrados nas publicações de organizações internacionais.

Elementos de caracterização

  1. morfológica
    1. raiz
    2. caule
    3. ramos
    4. folhas
    5. flores
    6. frutos
    7. sementes
  2. molecular
  3. citogenética
  4. química
  5. outras formas de caracterização

Referências

  1. COSTA, I. R. S.; CAJUEIRO, E. V. M.; MONTEIRO, J. S.; HIRAGI, G. O.; ALVES, P. P. F. Documentação e informatização de recursos genéticos. In. NASS, L. L. (Ed). Recursos Genéticos vegetais. Brasília, DF. Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, 2007. p. 610-620.
  2. FAO. 2014. Genebank Standards for Plant Genetic Resources for Food and Agriculture. Rev. ed. Rome. (Fonte: http://www.fao.org/3/a-i3704e.pdf)
  3. RANGEL, P. H. N.; ABREU, A. G. de; TORGA, P. P. Manual de gestão do Banco de Germoplasma de Arroz e Feijão. Santo Antônio de Goiás: Embrapa Arroz e Feijão, 2019. 68 p. (Embrapa Arroz e Feijão. Documentos, 317).
  4. FAO. 2014. Genebank Standards for Plant Genetic Resources for Food and Agriculture. Rev. ed. Rome. (Fonte: http://www.fao.org/3/a-i3704e.pdf)
  5. FAO. 2014. Genebank Standards for Plant Genetic Resources for Food and Agriculture. Rev. ed. Rome. (Fonte: http://www.fao.org/3/a-i3704e.pdf); Capítulo 4.5 Padrões de caracterização; página 42.