A Cultura do Pupunha
Palmeira perene oriunda das regiões dos trópicos Americanos, desenvolve-se em forma de touceira, com grande número de perfilhos podendo apresentar de três a quatro estipes frutificando ao mesmo tempo. Tem distribuição geográfica na floresta tropical úmida, do Panamá até a província de Santa Cruz, na Bolívia. No Brasil, ocorre em toda a Região Amazônica. De origem andina, é a única palmeira domesticada da Amazônia. Possui adaptação às condições de temperatura média/alta (27ºC), alta pluviosidade (acima de 2.000 mm de precipitação anual) e altitudes desde o nível do mar até 1.200 m. Não tolera período de seca superior a três meses nem solos mal drenados. O estipe é ereto, cilíndrico, alcançando até 25 m de altura , com 10 a 30 cm de diâmetro, quase sempre recoberto por espinhos nos entrenós; tem de 12 a 25 folhas, de 2,5 a 4,0 m de comprimento e de 200 a 300 folíolos. Planta monoica, diploide (2n=30), de polinização cruzada, dicógama (protogínica) com flores masculinas e femininas de coloração creme clara na mesma inflorescência protegida por uma espata. Inicia a floração com 2 a 4 anos após o plantio, com duração de três dias, polinizada por insetos, curculionídeos pequenos; emite entre 2 a 16 inflorescências ao ano. Seu fruto é uma drupa, de tamanho, peso e coloração variáveis, indo de vermelho, amarelo, alaranjado, verde. A semente também é variável em tamanho, peso e forma, com endosperma branco e oleaginoso. Espécie de múltiplas utilidades: estipe (madeira, arcos, flechas, arpões e palmito), folhas (fabricação de cestos, cobertura de casa), frutos (comidos cozidos, extração de óleo, farinha para panificação, ração animal). Seu maior mercado atual é o palmito, em virtude da precocidade, rusticidade e capacidade de perfilhamento. A propagação preferencial é sexuada.
A pupunha possui demanda popular desde a Costa Rica até Amazônia brasileira. As frutas da Amazônia Ocidental até Costa Rica são ricas em amido, sendo ideal para fermentação e preparação de farinhas, embora geralmente sejam consumidas como isca após cozidas em água e sal. As frutas da Amazônia Central e Oriental são menos ricas em amido e possuem teores variáveis de óleo, sendo mais agradáveis para consumo como iscas. Além de amido e óleo, os frutos contêm proteína e betacaroteno. Para a produção de frutos geralmente são cultivadas em pomares caseiros, raramente em pequenos plantios homogêneos. Em contraste, para produção de palmito geralmente são inermes e plantadas em altas densidades (5 a 10 mil/ha). Equador e Costa Rica são os maiores exportadores, enquantoo Brasil é o maior produtor e consumidor de palmito. Palmeira multicaule, com estipes que alcançam 20 m de altura, 30 cm de diâmetro, e geralmente são armados com espinhos pretos, finos e duros, embora existam populações inermes. A copa possui cerca de 18 folhas pinadas, com folíolos inseridos em ângulos diferentes; a lâmina da folha chega a 2,5 m. As inflorescências monoicas são axilares, com até 1000 flores pistiladas e 20 mil estaminadas. Os cachos pesam de 1 a 20 kg, com 50 a 1000 frutos, cada fruto pesando de 10 a 200 g, com uma correlação negativa entre tamanho e teor de óleo no mesocarpo. Cada fruto possui uma semente. As plantas crescem melhor em solos fertéis e bem drenados, com pluviosidade maior de 1700 mm bem distribuída, e temperaturas médias acima de 22oC.