Mudanças entre as edições de "Manual de gestão da coleção de bactérias de invertebrados"

De AleloWiki
Ir para: navegação, pesquisa
Linha 58: Linha 58:
 
Para melhor definir as atividades e deixá-las registradas, a coleção possui e mantém atualizada uma matriz de competências e habilidades onde estão definidas as atividades de toda a equipe de empregados e colaboradores da coleção (Matriz de competência e Habilidades - código 038.10.02.5.036).
 
Para melhor definir as atividades e deixá-las registradas, a coleção possui e mantém atualizada uma matriz de competências e habilidades onde estão definidas as atividades de toda a equipe de empregados e colaboradores da coleção (Matriz de competência e Habilidades - código 038.10.02.5.036).
  
[[Arquivo:OrganogramaDaColecaoDeBacteriasDeInvertebrados.png]]
+
[[Arquivo:OrganogramaDaColecaoDeBacteriasDeInvertebrados.png|400px|thumb|left|Figura 1 – Organograma da Coleção de Bactérias de Invertebrados.]]

Edição das 09h18min de 20 de dezembro de 2017

Definições, siglas e abreviaturas

Definições

Para efeito deste procedimento, são adotadas as seguintes definições:

  1. Assistente de Pesquisa - O encarregado em auxiliar as atividades de suporte à coleção
  2. Cliente - Todo indivíduo, grupo ou entidade pública ou privada que demanda ou adquire, direta ou indiretamente, conhecimentos e tecnologias fornecidos por uma organização. Para a Coleção, consideram-se fundamentalmente como clientes, as pessoas ou instituições que solicitam amostras ou o depósito de amostras de Bacillus, ou ainda, que solicitam a identificação das mesmas.
  3. Curador - O encarregado pela administração da coleção, o representante legal da coleção.
  4. Ensaio – Experimento, ou conjunto deste, constante de projeto vinculado ao escopo do Sistema da Qualidade.
  5. Fiel depositário - Aquele a que se confia uma amostra (bactéria/estirpe).
  6. Liofilização - Remoção de água por sublimação, a partir de uma suspensão celular previamente congelada;
  7. Material Biológico - Define-se material biológico como todo material que contenha informação genética, e seja capaz de auto-reprodução ou de ser reproduzido em um sistema biológico. Desta forma, material biológico inclui os organismos cultiváveis e microrganismos (bactérias, fungos filamentosos, algas, vírus, leveduras e protozoários); as células humanas, animais e vegetais; as partes replicáveis desses organismos e células (bibliotecas genômicas, plasmídeos e fragmentos de DNA clonado) e os organismos ainda não-cultivados, assim como os dados associados a esses organismos, incluindo informações moleculares, fisiológicas e estruturais referentes ao material biológico. Para fins desse documento, serão considerados como material biológico as amostras de Bacillus.
  8. Material de referência – É o item de controle, isto é, qualquer item usado para prover uma base de comparação com a substância teste
  9. Plano de ação – Instrumento de operacionalização do projeto. Todo projeto tem um plano de gestão do projeto e tantos planos de ação quantos forem necessários para sua execução. Cada um pode ser constituído de várias atividades.
  10. Preservação em papel filtro - Preservação dos esporos seco em papel filtro para preservação em longo prazo.
  11. Projeto – figura programática operacional dedicada à produção de conhecimentos, processos ou produtos tecnológicos que atendam às demandas dos públicos de interesse, em um período de tempo determinado no momento do planejamento. Essa figura é gerenciada por um líder de projeto e sua execução pode envolver diferentes unidades da Embrapa e parceiros, organizados em diferentes arranjos institucionais.
  12. Responsável pela Coleção' - O encarregado pelo gerenciamento da coleção.
  13. Serviço – Toda interação organizada, sistematizada e formatada para resolver um problema do cliente ou para habilitá-lo a resolver esse problema.
  14. Termo de Transferência de Material (TTM) - Termo instituído para controlar as remessas de patrimônio genético, existente em condição in situ, no território nacional, na plataforma continental e na zona econômica exclusiva, mantida em condição ex situ, destinadas às instituições de pesquisa nacionais e de outros países, com base nas seguintes premissas: o reconhecimento de que o intercâmbio do patrimônio genético realizado entre instituições de pesquisa nas áreas biológicas e afins, sediadas no Brasil e no exterior, é fundamental para o avanço do conhecimento sobre a biodiversidade brasileira; e a necessidade de garantir o cumprimento do disposto na Convenção sobre a Diversidade Biológica – CDB, em especial, a soberania nacional sobre a biodiversidade, o consentimento prévio fundamentado e a repartição de benefícios decorrentes do uso do patrimônio genético.

Siglas e Abreviaturas

  1. Bs - Bacillus sphaericus
  2. Bt - Bacillus thuringiensis
  3. CQ - Comitê da Qualidade
  4. LBE - Laboratório de Bactérias Entomopatogênicas
  5. Ls - Lysinibacillus sphaericus
  6. NGQ - Núcleo de Gestão da Qualidade
  7. SQ - Sistema da Qualidade

Apresentação

A Coleção de Bactérias de Invertebrados (Coleção de Bacillus spp.) criada em 1988, fica localizada no Laboratório de Bactérias Entomopatogênicas da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia em Brasília, Distrito Federal e teve seu inicio como uma coleção de trabalho. A formação da Coleção teve como finalidade enriquecer, conservar e agregar valor aos recursos genéticos microbianos, com resultados expressivos, tanto do ponto de vista científico, quanto tecnológico. A Coleção teve desde aquela época como missão se dispor de um grande número de estirpes de Bacilos isoladas, em sua maioria, a partir de amostras de solo, água e insetos mortos; e estratégicas no controle biológico de pragas agrícolas e vetores de doenças humanas. As amostras eram identificadas com informações sobre a origem, coletor, responsável pela coleta, data de isolamento e responsável pela identificação, e visavam prover recursos genéticos para realização de pesquisas de controle biológico de pragas agrícolas, tais como: Spodoptera frugiperda (Lepidoptera: Noctuidae), Anticarsia gemmatalis (Lepidoptera: Noctuidae) e Plutella xylostella (Lepidoptera: Plutellidae), e vetores de importância na saúde pública, como Aedes aegypti (Diptera: Culicidae) e Culex quinquefasciatus (Diptera: Culicidae).

Pesquisas utilizando as amostras dessa coleção foram se inovando a cada de forma a diversificar o uso deste recurso genético nacional. A coleção tem realizado prospecção de estirpes para o controle de Anthonomus grandis (Coleoptera: Curculionidae) e à medida que novas pragas vão surgindo como pragas primárias, as pesquisas vão se ampliando, visando o controle de pragas como: Diatraea saccharalis (Lepidoptera: Pyralidae), Agrotis ipsilon (Lepidoptera: Noctuidae), Spodotera cosmioides (Lepidoptera: Noctuidae), Hypsipilla grandella (Lepidoptera: Pyralidae), Helicoverpa zea (Lepidoptera: Noctuidae), H. armigera (Lepidoptera: Noctuidae), nematoides de importância agrícola e veterinária e fitopatógenos. Como também, outros estudos visando à utilização sistêmica de Bacillus thuringiensis no controle de pragas e na promoção do crescimento vegetal, o estudo de interação inseto-planta-microrganismo e a caracterização molecular e bioquímica dos bacilos, clonagem e expressão gênica, estudo de modo de ação das proteínas nos insetos e desenvolvimento de bioprodutos. A Coleção vem dando suporte a diversos projetos de pesquisa da Embrapa, atendendo a Empresas e outras instituições de pesquisa no depósito de subamostras como fiel depositário ou no fornecimento de amostras para instituições públicas e privadas. A Coleção também presta alguns serviços ligados ao controle biológico, garantindo a qualidade de seus materiais e serviços por meio da adoção de boas práticas advindas da implantação de um sistema de qualidade.

Inicialmente, o acervo era constituído de estirpes de Bacillus thuringiensis e Bacillus sphaericus (Lysinibacillus sphaericus) preservados em papel filtro. Em 2001, com a estruturação da Rede Nacional de Recursos Genéticos da Embrapa (RENARGEN), a coleção foi consolidada, sob a designação de Banco de Bacillus spp. para o controle biológico de pragas agrícolas e vetores de doenças, passando a ter um curador como responsável, a Dra. Rose Gomes Monnerat, nomeada para tal função.

Em função desse acervo, de grande importância como Recurso Genético Mundial e das linhas de pesquisa envolvidas, a equipe foi orientada a implantar um sistema de qualidade bem documentado, utilizando como referências as normas ABNT NBR ISO/IEC 17025/2005 e a Norma para Centro de Recursos Biológicos da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Todo esse trabalho de implementação das normas, iniciou-se em 2005, através do projeto FINEP, apoiado pelo Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), com o objetivo de adequar coleções brasileiras para atuar como Centros de Recursos Biológicos. Dezesseis coleções brasileiras foram avaliadas com base na norma ABNT NBR ISO/IEC 17025 das quais quatro foram selecionadas com o objetivo de implantar um sistema de qualidade que atendesse aos critérios internacionalmente aceitos, oferecendo serviços técnico-especializados e materiais biológicos certificados. A Coleção de Bacilos foi uma das selecionadas.

Com isso, a Coleção passou por avaliações realizadas por profissionais ligados ao Projeto FINEP. Em 2009, foi recomendado que a Coleção tivesse todo o seu acervo preservado em mais de um método. A partir de então, todo um trabalho foi realizado por dois anos (2009 e 2010) para multiplicar todas as amostras da Coleção e ter todo o seu acervo liofilizado. Esse método foi escolhido por ser um método muito conhecido para a preservação de bactérias por longo prazo, além de ser fácil de manipular e de armazenar, terem as amostras guardadas inclusive a temperatura ambiente. Esses dois métodos são de grande importância para assegurar as condições ideais de preservação, viabilidade e pureza, além de minimizar o risco de perda de estirpes.

Em 2009, com a organização da Plataforma Nacional de Recursos Genéticos, o projeto passou a ter um plano de ação com o objetivo de realizar um diagnóstico nas coleções da Embrapa e verificar dentre as coleções, quais poderiam ser selecionadas para vir a se tornar um Centro de Recursos Biológicos. Ao mesmo tempo, a Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia buscava o credenciamento de suas coleções junto ao Conselho de Gestão do Patrimônio Genético (CGEN) como instituição fiel depositária de amostras de componente do patrimônio genético. Neste mesmo ano, Coleção de Bacillus obteve o credenciamento e considerando a nova estrutura da rede de recursos genéticos microbianos, a Coleção teve seu nome oficializado como Coleção de Bactérias de Invertebrados em dezembro de 2012. A partir do diagnóstico dessa Coleção, verificou-se que a mesma possuía as características necessárias para vir a se tornar um CRB, sendo reconhecida em 2013 com uma das coleções do CRB Embrapa. Desde então, a equipe da Coleção vem buscando além de implementar a Norma ABNT NBR ISO/IEC 17025, adequar suas atividades e documentos a Norma NIT DICLA 061.

Essa coleção além de servir de base para o desenvolvimento de pesquisas tem desempenhado um papel importante na formação de recursos humanos, auxiliando na formação de estudantes de graduação e de pós-graduação de diferentes universidades localizadas em Brasília e também de diversas regiões do País. Tem também atraído parceiros em função da importância do trabalho que realiza na prospecção de estirpes como princípio ativo de bioinseticidas e genes cry para a transformação de plantas para o controle de insetos-praga. Além de prestar serviços de determinação de toxicidade de produtos biológicos a base de Lysinibacillus sphaericus e Bacillus thuringiensis (Bt) a mosquitos e determinação de toxicidade de Bt a lepidópteros-pragas.

Atualmente, a coleção possui mais de 2500 estirpes conservadas em papel filtro e liofilizadas, classificadas como nível de segurança NB1, ou seja, microrganismos com nenhum ou baixo risco individual e comunitário, segundo classificação da Organização Mundial da Saúde (OMS). Com relação à bioproteção, as amostras são consideradas de risco desprezível ou baixo que não requer área de segurança especial.

Estrutura organizacional

A estrutura da coleção é constituída por um pesquisador, que é o curador da coleção, um responsável pela coleção, outro pesquisador que trabalha com várias atividades de pesquisa e quando necessário auxilia o responsável pela coleção e um assistente de pesquisa, totalizando quatro profissionais ligados diretamente às atividades da coleção e que são do quadro permanente da Embrapa, o que pode ser visualizado no organograma da coleção (Figura 1). Além disso, conta com o suporte de colaboradores com nível superior de escolaridade, mas que são considerados como mão de obra eventual.

O curador é responsável pelas decisões técnicas relacionadas à coleção, tais como: definir as estirpes a serem mantidas ou depositadas; definir as técnicas empregadas para identificação; definir os materiais e meios a serem usados para preservação e pela captação de recursos para a coleção; discutir com os empregados ligados à coleção sobre suas atribuições e sobre a distribuição das tarefas a serem realizadas; acompanhar e auxiliar (quando necessário) na realização das tarefas ligadas à coleção; receber solicitações de estirpes, enviar os Termos de Transferência de Material (TTM) para assinatura do solicitante, receber e arquivar os TTM assinados e enviar as amostras solicitadas; comunicar aos funcionários relacionados à coleção as decisões, orientações e direcionamentos da Embrapa relacionados a recursos genéticos microbianos, podendo ser auxiliado pelo responsável pela coleção.

O responsável pela coleção é responsável pela elaboração e implementação de documentos para atendimento às exigências de qualidade da coleção; zelar pela manutenção e melhoria contínua das normas de qualidade nas atividades da coleção, bem como, pelo controle de qualidade das estirpes armazenadas; acompanhar e auxiliar nas atividades gerais relacionadas à coleção; zelar pelo funcionamento e manutenção de equipamentos; controlar e armazenar os documentos e registros da coleção; avaliar a necessidade e promover treinamentos para o pessoal envolvido nas atividades da coleção, além de receber e registrar as amostras (ou coletar no campo, quando necessário); registrar os dados das amostras; isolar microrganismos e proceder à identificação; introduzir estirpes na coleção; realizar testes de viabilidade; processar amostras para fornecimento, registrar estirpes, controlar o estoque e inserir dados das mesmas no sistema de informação AleloMicro, podendo ser auxiliado por colaboradores, desde que supervisionados pelo mesmo. Além de auxiliar o Curador em suas atividades e substituí-lo em sua ausência.

O assistente de pesquisa é responsável pela elaboração de meios de cultura e soluções, pela lavagem e esterilização de todo o material da coleção e pelo descarte.

Para melhor definir as atividades e deixá-las registradas, a coleção possui e mantém atualizada uma matriz de competências e habilidades onde estão definidas as atividades de toda a equipe de empregados e colaboradores da coleção (Matriz de competência e Habilidades - código 038.10.02.5.036).

Figura 1 – Organograma da Coleção de Bactérias de Invertebrados.