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As informações de campo são muito importantes para a atividade de coleta e podem ser anotadas em caderno ou caderneta de campo específica. As anotações obtidas por meio dos registros realizados durante as atividades de coleta passam a ser uma espécie de “certidão de nascimento” do [[acesso]] (material coletado). O modelo de caderneta de campo utilizada pelo Centro Nacional de Recursos Genéticos (Cenargen) desde a Década de 70 ainda servem como referência para a coleta de informações de atividades de coleta.
 
As informações de campo são muito importantes para a atividade de coleta e podem ser anotadas em caderno ou caderneta de campo específica. As anotações obtidas por meio dos registros realizados durante as atividades de coleta passam a ser uma espécie de “certidão de nascimento” do [[acesso]] (material coletado). O modelo de caderneta de campo utilizada pelo Centro Nacional de Recursos Genéticos (Cenargen) desde a Década de 70 ainda servem como referência para a coleta de informações de atividades de coleta.
  
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Edição das 16h55min de 16 de dezembro de 2016

  1. Ato planejado de obtenção de material vivo (germoplasma) e plantas secas para posterior tratamento, identificação e conservação em banco ou coleção de germoplasma e, no caso de plantas secas, em herbário. 2. Em recursos genéticos vegetais, o ato de coletar o germoplasma de cultivos agrícolas, de aparentados silvestres de culturas ou de espécies com interesse científico e econômico, seja sob a forma de sementes, peças vegetativas ou o indivíduo transplantado. 3. Em botânica, o ato de coletar ramos, partes de plantas ou indivíduos de seu habitat natural, prensá-los dentro de jornais, secá- los em estufas específicas e incorporá-los a herbários.[1]
  2. Coleta de germoplasma ou, resumidamente, “coleta” é o conjunto de atividades que visam à obtenção de unidades físicas vivas que contenham a composição genética de um organismo, ou amostra populacional de determinada espécie, com habilidade de se reproduzir [2]. Dependendo do contexto, o termo também pode ser aplicado à missão ou à expedição de cmapo que busca obter essas unidades. [3] Tal definição de coleta remete o conceito para algum tipo de unidade física palpável, que seja representativa da população ou da espécie-alvo da ação. Sendo assim, dependendo da espécie, o germoplasma pode ser coletado, manipulado e conservado na forma de sementes, mudas, estacas ou por meio de cultura de tecidos.

Coleta de germoplasma está intimamente vinculada aos processos de conservação ex situ, sendo uma das maneiras básicas de se enriquecer as coleções. Juntamente com a introdução e o intercâmbio, forma os pilares tradicionais do enriquecimento em recursos genéticos. Portanto, um banco ativo de germoplasma (BAG) é um usuário natural que demanda ações de coleta, objetivando o enriquecimento das coleções mantidas ex situ.

Expedição de coleta

A coleta de uma espécie (ou produto) requer ações e procedimentos que são peculiares, relacionados ao planejamento, estratégia, materiais e equipamentos necessários às atividades de campo. A demanda de coletas de espécies florestais é diferente para espécies herbáceas, tendo em vista que a biologia das plantas é diferente. Enquanto as primeiras são plantas perenes, altas, com ciclos reprodutivos que podem ser longos, as espécies herbáceas geralmente são anuais, baixas, com períodos de reprodução mais curtos. Os equipamentos necessários para a coleta de germoplasma de amendoim, uma planta cujo propágulo (ou unidade visada) se encontra enterrada no solo, são diferentes daqueles necessários à coleta de aroeira, uma árvore cujas sementes se encontram em frutos dispersos pelo vento. Para melhor eficiência nas atividades de coleta, é possível se agrupar artificialmente as espécies (produtos) em conjuntos com características similares, cujos princípios básicos de coleta seguem padrões comuns.

São exemplos de grupos de espécies que possuem características comuns para atividade de coleta:

  • forestais perenes;
  • herbáceas anuais;
  • plantas cultivadas;
  • parentes silvestres;
  • germoplsma nativo ou exótico;
  • plantas de propagação vegetativa ou com reprodução sexuada (sementes);

Outra forma de agrupamento de produtos e espécies, considerada tradicional, se baseia nas características de uso para reunir classes comuns: alimentícias; corantes; condimentares; florestais; forrageiras (gramíneas ou leguminosas); fruteiras; laticíferas; medicinais; oleaginosas; ornamentais, palmeiras (usos múltiplos); raízes e tubérculos. Classes heterogêneas podem abrigar ainda espécies com características diferenciadas, a partir de uma finalidade comum, por exemplo: plantas destinadas à recuperação de áreas degradadas.

Os profissionais e técnicos de coleta devem realizar suas atividades nos períodos de ocorrência da produção do germoplasma a ser coletado. Em países continentais como o Brasil, a latitude é um parâmetro que afeta a fenologia e, portanto, deve ser considerado no planejamento de uma expedição de coleta. As sementes de aroeira, por exemplo, são coletadas no período de frutificação da espécie, cuja ocorrência pode variar conforme a região do país.

Logística de expedições

Conforme as características de acesso à região de ocorrência das espécies de interesse para coleta, é importante se observar as questões de logística. Alguns biomas brasileiros, como Cerrado, Caatinga, ou pampas podem exigir o uso de veículos com forte tração; na Amazônia, para a maioria dos produtos nativos, é imprescindível o uso de barcos como meio de transporte.

Em síntese, para se realizar uma missão de coleta, é importante se considerar questões relacionadas à espécie-alvo:

  • distribuição e fenologia;
  • meios de acesso às populações no campo;
  • quantidade de germoplasma necessário;
  • equipamentos de coleta e conservação;
  • Logística das atividades de coleta, transporte e conservação;
  • Equipe técnica de apoio;
  • legislação.

Identificação e documentação de coleta

Materiais incorporados a bancos ativos de germoplasma (BAGs) devem ser adequadamente identificados e documentados. Na identificação, é recomendável se dispor de um voucher (amostra testemunha) de herbário (Figura). O voucher é uma amostra de espécie-alvo que deve conter um ramo com material reprodutivo, preferencialmente de flores, ou de flores e frutos) que deve ser prensado e desidratado em processo denominado herborização (figuras). Pelo menos quatro amostras (duplicatas) podem ser feitas por número de coleta (ou por voucher), sendo que, uma delas deve ser destinada ao especialista na taxonomia do respectivo grupo botânico.

As informações de campo são muito importantes para a atividade de coleta e podem ser anotadas em caderno ou caderneta de campo específica. As anotações obtidas por meio dos registros realizados durante as atividades de coleta passam a ser uma espécie de “certidão de nascimento” do acesso (material coletado). O modelo de caderneta de campo utilizada pelo Centro Nacional de Recursos Genéticos (Cenargen) desde a Década de 70 ainda servem como referência para a coleta de informações de atividades de coleta.

Ver Também

Outros links de interesse:

Referências e ligações externas

  1. VALOIS, A. C. C.; SALOMÃO, A. N.; ALLEM, A. C. Glossário de Recursos Genéticos; Brasília-DF: Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia; 2011.
  2. WALTER, B. M. T.; CAVALCANTE, T. B. (Ed.). Fundamentos para a coleta de germoplasma vegetal. Brasília: Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, 2005. 778p.
  3. WALTER, B. M. T.: Manual de curadores de germoplasma – Vegetal: coleta de germoplasma; Série Documentos Embrapa 309; Brasília-DF: Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia; 2009