Mudanças entre as edições de "BAG Arroz e feijão"
Linha 1: | Linha 1: | ||
− | |||
=História= | =História= | ||
O Banco Ativo de Germoplasma de Arroz e Feijão (BAG Arroz e Feijão) da [[Embrapa]] foi criado em 1975 e começou suas atividades no ano seguinte, 1976. O BAG Arroz e Feijão é o maior banco ativo de germoplasma da [[Embrapa]] e constitui-se na maior coleção de germoplasma de arroz e feijão do Brasil. Nele são encontradas cultivares, variedades tradicionais, linhagens mutantes, populações e exemplares de espécies silvestres, parentes próximas do arroz e feijão, coletadas no Brasil e/ou recebidas dos mais diversos países do mundo. A conservação e o uso sustentável deste acervo é fundamental para o futuro da pesquisa e do cultivo de arroz e feijão em nosso país. | O Banco Ativo de Germoplasma de Arroz e Feijão (BAG Arroz e Feijão) da [[Embrapa]] foi criado em 1975 e começou suas atividades no ano seguinte, 1976. O BAG Arroz e Feijão é o maior banco ativo de germoplasma da [[Embrapa]] e constitui-se na maior coleção de germoplasma de arroz e feijão do Brasil. Nele são encontradas cultivares, variedades tradicionais, linhagens mutantes, populações e exemplares de espécies silvestres, parentes próximas do arroz e feijão, coletadas no Brasil e/ou recebidas dos mais diversos países do mundo. A conservação e o uso sustentável deste acervo é fundamental para o futuro da pesquisa e do cultivo de arroz e feijão em nosso país. |
Edição das 14h39min de 4 de janeiro de 2017
Índice
- 1 História
- 1.1 Missão do BAG Arroz e Feijão
- 1.2 Coleções disponíveis para consulta
- 1.3 Coleções Nucleares de Arroz e Feijão
- 1.4 Fluxograma de funcionamento
- 1.5 Protocolos operacionais e administrativos
- 1.6 Perspectivas de crescimento
História
O Banco Ativo de Germoplasma de Arroz e Feijão (BAG Arroz e Feijão) da Embrapa foi criado em 1975 e começou suas atividades no ano seguinte, 1976. O BAG Arroz e Feijão é o maior banco ativo de germoplasma da Embrapa e constitui-se na maior coleção de germoplasma de arroz e feijão do Brasil. Nele são encontradas cultivares, variedades tradicionais, linhagens mutantes, populações e exemplares de espécies silvestres, parentes próximas do arroz e feijão, coletadas no Brasil e/ou recebidas dos mais diversos países do mundo. A conservação e o uso sustentável deste acervo é fundamental para o futuro da pesquisa e do cultivo de arroz e feijão em nosso país.
A partir de 2009 foi iniciada uma ampla reforma de sua infraestrutura com apoio do Programa AgroVerde, pela Diretoria da Embrapa, que possibilitou investimentos para a modernização do BAG. Hoje o BAG Arroz e Feijão possui capacidade de conservação ex situ de 87.640 acessos em infraestrutura que conta com câmara fria e seca, casas teladas para multiplicação eficiente e segura de germoplasma, telados de campo para caracterização morfológica e agronômica e áreas de campo específicas para condução de pesquisas com recursos genéticos de arroz e feijão.
Missão do BAG Arroz e Feijão
- Preservação dos recursos genéticos de arroz e feijão através do armazenamento em câmara fria e seca visando a manutenção das sementes dos acessos em boas condições de germinação, vigor e fitossanidade.
- Enriquecimento da coleção através de acessos tradicionais e espécies silvestres oriundas de coletas e introdução de linhagens de programas de melhoramento do Brasil e de outros países.
- Multiplicação e caracterização dos acessos.
- Desenvolvimento de pesquisas de pré-melhoramento com recursos genéticos de arroz e feijão.
Coleções disponíveis para consulta
Coleções Nucleares de Arroz e Feijão
Os programas de melhoramento se utilizam preferencialmente de populações elites no desenvolvimento de cultivares ao invés do germoplasma armazenado em bancos ativos de germoplasma. O melhorista prefere capitalizar o seu esfoço de seleção no pool gênico de alelos favoráveis de linhagens elites a arriscar efeitos de arraste de genes deletérios em cruzamentos amplos com acessos de BAG. O desenvolvimento de coleções nucleares foi uma alternativa encontrada pelos bancos para a utilização do germoplasma armazenado por meio de disponibilização de amostra de pequeno tamanho representativa da variabilidade genética contida dentro de um pool gênico amplo de uma espécie de interesse. Uma coleção nuclear (core collection) pode ser definida como uma sub-amostra de acessos que representam a diversidade genética de uma determinada espécie com o mínimo possível de redundância (Brown, 1989). A coleção nuclear pode ser a primeira opção do programa de melhoramento na busca de diversidade para características de interesse em uma relativamente pequena amostra da coleção de germoplasma.
Coleção Nuclear de Arroz da Embrapa (CNAE)
A Coleção Nuclear de Arroz da Embrapa é formada por três estratos principais, assim distribuídos:
- variedades tradicionais do Brasil;
- linhagens/cultivares melhoradas do Brasil; e
- linhagens/cultivares introduzidas.
As variedades tradicionais foram classificadas ainda segundo o sistema de cultivo (terras altas, várzeas e facultativo). Esta coleção, que encontra-se caracterizada morfologicamente e agronomicamente (dados disponíveis em http://www.cnpaf.embrapa.br/cnae) foi distribuída para várias instituições de pesquisa do Brasil e do exterior.
[ Variabilidade em grãos de arroz apresentada pela Coleção Nuclear de Arroz da Embrapa (Fotos: Paulo Hideo/CNPAF)]
De modo geral, as variedades tradicionais correspondem a uma mistura de variedades. Isto tem dificultado o seu uso em estudos genéticos e genômicos. Para contornar este problema, todos os acessos da CNAE foram purificados por meio de auto-fecundações sucessivas de uma planta por acesso. Assim, o BAG Arroz disponibiliza à comunidade científica nacional e internacional tanto as sementes da CNAE original quando as purificadas.
Coleção Nuclear Temática de Arroz para Tolerância à Seca (CNTAS)
O desenvolvimento de coleções nucleares temáticas responde à demanda de programas de melhoramento genético de espécies cujos bancos de germoplasma possuem milhares de acessos. No caso de arroz, por exemplo, o número de acessos que compõe uma coleção nuclear de uma grande coleção de germoplasma é maior do que 3.000. Consequentemente, o uso de coleções nucleares compostas por um número tão elevado de acessos pelos programas de melhoramento é geralmente limitado ou nulo. O emprego de coleções nucleares temáticas oferece uma alternativa para as restrições de tamanho impostas por grandes coleções nucleares, concentrando o esforço na obtenção de coleções compactas com alta diversidade genética para uma característica ou tema de interesse.
No Brasil, os principais problemas da cultura do arroz são: brusone, frio, seca, qualidade de grãos e produtividade. O arroz de terras altas (arroz de sequeiro), por ser dependente da precipitação pluviométrica, tem a produção afetada pela ocorrência de estiagens (veranicos) durante o seu cultivo, causando quebra de produção. Portanto, uma das principais características exigidas em uma cultivar desenvolvida para este sistema de cultivo é a tolerância à seca. Visando atender os programas de melhoramento genético de arroz de sequeiro foi desenvolvida uma Coleção Nuclear Temática de Arroz para Tolerância à Seca apartir de uma amostra de acessos de variedades tradicionais de arroz do Brasil. Esta coleção é formada por 87 acessos de arroz de sequeiro, que retem no mínimo 80% dos alelos da coleção original (Pessoa Filho et al., 2010). Além disto ela apresenta uma variabilidade genética maior do que a coleção qual à originou.
Esta coleção foi amplamente fenotipada em ensaios de campo de tolerância à seca em condições de estresse hídrico e sob irrigação em 2008, 2009 e 2010 no Campus da Universidade Federal do Tocantins em Gurupi, TO e caracterizada com os 32 descritores internacionais para arroz. Todos os acesos da CNTAS foram purificados através de autofecundações sucessivas a partir de um planta individual. Assim, o BAG Arroz dispõe para a comunidade científica nacional e internacional sementes da CNTAS original e purificada para intercâmbio.
Coleção Nuclear de Feijão da Embrapa (CONFE)
A Coleção Nuclear de Feijão da Embrapa é formada por acessos distribuidos em três estratos:
- a) variedades tradicionais do Brasil;
- b) linhagens/cultivares melhoradas do Brasil; e
- c) linhagens/cultivares introduzidas.
Dos três estratos que compõem a CONFE, maior ênfase foi dada as variedades tradicionais. Esta coleção está sendo caracterizada morfologicamente e agronomicamente para disponibilização de amostras de sementes para as instituições de pesquisa do Brasil e do exterior. Assim como no BAG Arroz, os acessos de variedades tradicionais da CONFE foram purificados por meio de autofecundação sucessiva, uma planta por geração. Desta forma, o BAG Feijão dispõe para a comunidade científica nacional e internacional tanto de sementes originais da CONFE como purificadas.
Fluxograma de funcionamento
O BAG Arroz e Feijão está subordinado a Chefia de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Arroz e Feijão. Os principais assuntos de pesquisa inerentes ao BAG são discutidos dentro do Grupo de Pesquisa de Recursos Genéticos, que é formado por pesquisadores e analistas ligados ao tema.
[Fluxograma de funcionamento do BAG Arroz e Feijão]
O BAG desenvolve atividades de rotina (introdução de germoplasma, multiplicação e regeneração, caracterização, banco de dados, armazenamento) e de pesquisa (pré-melhoramento) com recursos genéticos de arroz e feijão. A introdução de acessos visando o enriquecimento das coleções de arroz e feijão é feita através de coletas de variedades tradicionais de arroz e feijão em áreas de pequenos agricultores do Brasil, assim como de linhagens oriundas de programas de melhoramento e de conservação de germoplasma do Brasil e de outros países.
Os acessos detectados com poder germinativo abaixo de 90% são multiplicados para renovação das sementes conservadas. Os acessos com baixo vigor são regenerados através de cultivo de embrião. A caracterização morfológica dos acessos é feita utilizando-se 32 descritores de arroz e 31 descritores de feijão, de acordo com as recomendações da Bioversity International(2007).
As sementes dos acessos são submetidas a procedimentos de rotina como expurgo, determinação da umidade, testes de germinação e vigor, pesagem da amostra, emissão da etiqueta com código de barra e retirada de uma amostra para envio para a Coleção de Base (COLBASE). As sementes são mantidas em frascos e armazenadas em câmara fria a uma temperatura de ± 13°C e a uma umidade relativa de ± 25%.
Os dados de passaporte, manejo, ambiente, caracterização e avaliação dos acessos são atualizados em um Banco de Dados do BAG, com livre acesso pela comunidade científica e pelo público em geral. Os acessos de arroz e feijão guardados no BAG da Embrapa Arroz e Feijão são um patrimônio do povo brasileiro, portanto qualquer cidadão do Brasil poderá solicitar amostras destes germoplasmas.
Protocolos operacionais e administrativos
Os Protocolos do BAG permitem o estabelecimento de rotinas para as atividades de introdução de germoplasma, regeneração e multiplicação, limpeza, secagem, testes de qualidade, embalagem, registro e documentação, armazenamento e conservação, caracterização e avaliação, monitoramento, movimentação e intercâmbio, e envio de amostras para a Colbase. Estes Protocolos são atualizados rotineiramente para o aprimoramento dos serviços necessários à manutenção do BAG.
Introdução de Germoplasma
A introdução de germoplasma nas coleções é feita por meio de incorporação de novos acessos para enriquecimento da diversidade genética dos acessos mantidos no BAG. As introduções incluem variedades tradicionais de arroz e feijão, espécies silvestres de arroz oriundas de coletas realizadas no Brasil, e linhagens de arroz e feijão introduzidas de programas de conservação e melhoramento do Brasil e de instituições internacionais. Para serem introduzidos no BAG, os acessos provenientes de coleta e as linhagens oriundas de programas de melhoramento recebem um número identificador único e sequencial, precedido pelo código BRA (código identificador do germoplasma armazenado na Embrapa).
Variedades tradicionais de arroz e feijão
Juntamente com o código BRA, serão registrados pelo menos os seguintes dados de passaporte para cada acesso (Bioversity International, 2007): código da instituição coletora, número da amostra, nome dos coletores, data, país, estado, município, informações sobre o sítio de coleta (latitude, longitude, altitude, local de coleta), espécies silvestres (Bioma Amazônia, Bioma Cerrado, Bioma Pantanal, Bioma Pampa e outros), nome da propriedade ou atividade (campo, armazém, mercados, feira livre, máquinas de beneficiar arroz, instituições de pesquisa e outros), instituição, tipo de amostra coletada (sementes, panículas, parte vegetativa), classificação botânica do acesso (espécie silvestre, arroz vermelho, variedades tradicionais, linhagem do melhoramento, cultivar). Quando a acesso for coletado em aldeia indígena os seguintes dados etnobotânicos devem ser coletados: grupo étnico, nome comum do acesso, origem da amostra (variedade indígena, introduzida), utilização da amostra coletada pelo grupo étnico (alimentação humana, forrageira na alimentação animal, outros), uso especial (propósitos religiosos, cerimônias especiais, outros) e características especiais das amostras coletada.
Linhagens de Programas de Melhoramento de Arroz e Feijão
Juntamente com o código BRA, serão registrados pelo menos os seguintes dados de passaporte (Bioversity International, 2007) para cada acesso: código da instituição, número do acesso, nome da instituição doadora do acesso, código da instituição doadora, número do acesso doado, outras identificações associadas ao acesso doado, nome científico (gênero, espécie, sub-espécie), .cruzamento, nome comum do acesso, data de entrada do acesso no banco de germoplasma, forma de obtenção (coleta, programa de conservação e/ou melhoramento do Brasil, programa de conservação e/ou melhoramento de outros países, desconhecida).
Antes de efetivar a introdução de um acesso no BAG Arroz e Feijão são tomadas algumas providências:
- a) Multiplicação de sementes – quando a quantidade de material propagativo obtida for pequena, para evitar risco de perda.
- b) Certificação de ausência do acesso na coleção – uma busca criteriosa do acesso no Banco de Dados do BAG deve ser realizada para saber se o material genético já foi introduzido na coleção. No caso de variedades tradicionais se houver registro de algum acesso com o mesmo nome, o acesso coletado será mantido em uma prateleira separada dentro da câmara até que sejam realizados testes de DNA (fingerprinting genético) para verificar a identidade genética dos acessos testados.
- c) A introdução de qualquer linhagem no BAG só será efetivada se ela vier acompanhada de dados de passaporte e de caracterização morfológica, e se ela possuir alguma característica relevante (resistência a doença, tolerância a seca, etc.) para uso futuro dos programas de melhoramento genético.
Multiplicação
- a) A multiplicação dos acessos de arroz e feijão é feita quando o poder germinativo da semente estiver abaixo de 80% para evitar a perda de alelos por deriva genética. Para isto, a cada cinco anos serão realizados testes de germinação em uma amostra aleatória de acessos de arroz e feijão do BAG. Outro critério levado em consideração é quando o estoque de sementes de um determinado acesso estiver abaixo de 200 gramas (arroz) e de 275 gramas (feijão).
- b) O BAG providenciará também a multiplicação de acessos de arroz e feijão armazenados na Colbase (Coleção de Base – para conservação a longo prazo de germoplasma), quando solicitado formalmente pelo curador da mesma.
Regeneração por cultivo de embrião
A regeneração de acessos é feita no Laboratório de Cultura de Tecidos do BAG utilizando o procedimento de cultivo de embrião in vitro em meio de cultura. O cultivo de embrião é aplicada em acessos de arroz e feijão cujas sementes germinam mas, devido ao baixo vigor, morrem antes da formação da plântula.
Limpeza
As sementes de acessos oriundos de coleta ou de multiplicação passam por uma limpeza que visa a eliminação dos debris e de sementes com defeitos para assegurar a pureza do lote. A limpeza é feita manualmente, com o uso de peneiras, e/ou com o emprego de pequeno assoprador mecânico. As sementes puras passam por um processo de expurgo químico visando a eliminação de insetos.
Secagem
As sementes, livres das impurezas e expurgadas, são colocadas em estufas com ventilação forçada para secagem a uma temperatura de 25°C a 30°C. Elas permanecem nestas condições por um tempo aproximado de três semanas, até atingirem a umidade de equilíbrio desejada – em geral, 3% a 7%. Ao final de cada semana, uma amostra de sementes é utilizada para medir o teor de umidade a fim decontrolar o processo de secagem.
Testes de germinação, determinação do teor de umidade e pesagem das sementes
- a) A porcentagem de germinação de cada acesso de arroz e feijão é determinada em papel “germitest’ autoclavado, utilizando uma amostra de duas repetições de 50 sementes para arroz e 25 para feijão.
- b) De cada acesso de arroz e feijão é determinada a umidade relativa e feita a pesagem das sementes.
- c) Os seguintes descritores de manejo (Bioversity International, 2007) são registrados para cada acesso: data do teste de germinação, percentagem de germinação das sementes estocadas, teor de umidade, quantidade de sementes armazenadas e local onde as sementes foram multiplicadas.
Embalagem
- a) O BAG Arroz e Feijão adota dois tipos de embalagens para conservação de germoplasma: frascos de polietileno com capacidade de 650 gramas e de 1.000 gramas. A maior parte dos acessos são guardados nos frascos de 650 gramas. Neste tipo de frasco, são armazenados 400 gramas de arroz e 550 gramas de feijão. Os frascos de 1.000 gramas são utilizados para armazenar 650 gramas de sementes de arroz e 890 gramas de feijão dos acessos mais utilizados em trabalhos de pesquisa, como a Coleção Nuclear de Arroz da Embrapa (CNAE), a Coleção Nuclear Temática de Arroz para Tolerância à Seca (CNTAS), Coleção Nuclear de Feijão da Embrapa (CONFE), Coleção de Fontes de Resistência à Brusone (Magnaphorte grisea), etc. Os acessos que compõem as coleções nucleares são, em geral, purificados por auto-fecundação para serem utilizados principalmente em pesquisas, incluindo a área de biotecnologia.
- b) Em cada frasco é colada a logomarca do BAG e uma etiqueta com código de barra contendo: número do código BGA (no caso de arroz) e BGF (no caso de feijão), número do código BRA, número antigo de registro (CA ou CNA) e o nome comum do acesso.
Armazenamento e conservação
- a) As sementes de arroz e feijão, que são do tipo ortodoxas, são armazenadas na câmara fria, dentro de frascos de polietileno, a uma temperatura de -13ºC e umidade relativa de ±25%.
- b) A câmara fria do BAG Arroz e Feijão possui um sistema de arquivos deslizantes para o armazenamento dos acessos e um software de endereçamento que permite a localização rápida de qualquer acesso.
- c) Somente pessoas devidamente credenciadas têm acesso ao germoplasma armazenado na câmara fria, que possui Controle de Acesso através de Leitor Biométrico Digital.
Caracterização morfológica
Todos os acessos do BAG devem ter uma caracterização morfológica mínima padronizada.
- a) Arroz: são utilizados os descritores de ambiente e local, bem como os descritores de caracterização recomendados pela Bioversity International (2007):
Descritores de Ambiente e Local: país de caracterização, instituição onde o acesso foi caracterizado, caracterização do local de avaliação (coordenadas geográficas, dados de solo e clima), data da semeadura, ambiente de avaliação, dados técnicos do ensaio.
Descritores de Caracterização: ciclo da planta, cor da bainha da folha, intensidade da cor verde da lâmina da folha, posição da lâmina da folha, pubescência da lâmina da folha, cor da aurícula, cor do colar, comprimento da lâmina da folha, largura da lâmina da folha, comprimento da folha bandeira, largura da folha bandeira, posição do colmo, coloração do colmo, altura da planta, resistência do colmo ao acamamento, senescência da folha, número de perfilhos e panículas, exerção da panícula, comprimento da panícula, distribuição das ramificações da panícula, distribuição da ramificação secundária da panícula, distribuição da arista ao longo da panícula, cor da arista, pubescência da lema e da pálea, coloração da lema e da pálea, coloração do apículo, comprimento, largura e espessura dos grãos descascados, peso de 100 grãos descascados, coloração do pericarpo, rendimento de grãos inteiros, quebrados e total, teor de amilose, temperatura de gelatinização, centro branco, cocção e tolerância à seca.
- b) Feijão: são utilizados os descritores de ambiente e local, bem como os descritores de caracterização recomendados pela Bioversity International (2007). Os descritores de ambiente e local são os mesmos do arroz.
Descritores de Caracterização: pigmentação do cotilédone, pigmentação do hipocótilo, pigmentação do epicótilo, pigmentação da haste principal, forma da vagem, brilho da semente, grupo comercial, cor predominante das flores, comprimento do folíolo central, largura do folíolo central, razão do comprimento/largura do folíolo central, número de vagens por planta, número de lóculos por vagem, comprimento da vagem, largura da vagem, comprimento do dente apical, dias para 50% de emergência, dias para 50% da floração, final de floração, intervalo de floração, comprimento da semente, largura da semente, espessura da semente, comprimento/largura da semente, espessura/largura da semente, peso de cem sementes, hábito de crescimento, cor do hipocótilo, cor de vagem na maturação, cor de vagem seca, brilho de semente, cor primária da semente, cor secundária da semente, forma da cor secundária da semente, cor do halo, forma do dente apical, posição do dente apical, curvatura da vagem, porte da Inserir fotos 100120113010 e 10 (Inserir foto ?) 0120113009 Monitoramento
A cada cinco anos deverá ser feito o monitoramento da percentagem de germinação das sementes dos acessos de arroz e feijão armazenados na câmara fria. Para isto, são tiradas amostras de sementes dos acessos com maior tempo de armazenamento e realizados testes de germinação de acordo com o ítem 5.6. Movimentação e intercâmbio
- a) Todo intercâmbio de germoplasma deve seguir as normas estabelecidas pelo Governo Federal e pela Embrapa.
- b) A movimentação de germoplasma do BAG só será feita mediante autorização formal do curador e se dará nas seguintes condições: 1) para regeneração e multiplicação; 2) para atender pesquisadores da Embrapa Arroz e Feijão e de outras Unidades da Embrapa; 3) para intercâmbio com outras instituições de pesquisa nacional e internacional; 4) para atender a produtores e companhias de sementes.
- c) A solicitação de germoplasma do BAG por pesquisador da Embrapa deverá ser feita diretamente ao curador do produto, por e-mail ou ofício ou no Link Intercâmbio dentro do Portal ALELO. O BAG fornecerá 10 gramas de sementes de arroz e 25 sementes de feijão por acesso solicitado que esteja armazenados nos frascos de 650 gramas. Para os acessos armazenados nos frascos de 1.000 gramas o BAG poderá fornecer até 50 gramas de sementes de arroz e 100 sementes de feijão.
- d) A solicitação de germoplasma por instituição de pesquisa nacional deve ser feita formalmente por e-mail ou ofício ao curador do produto ou no Link Intercâmbio dentro do Portal ALELO. O BAG fornecerá 10 gramas de sementes de arroz e 25 sementes de feijão por acesso solicitado. O BAG se responsabilizará pelo envio do(s) acesso(s) solicitado(s), providenciando inclusive o Termo de Transferência de Material (TTM).
- e) A solicitação de germoplasma por instituição de pesquisa internacional deve ser feita formalmente por e-mail ao curador do produto ou no Link Intercâmbio dentro do Portal ALELO. O BAG fornecerá 10 gramas de sementes de arroz e 25 sementes de feijão por acesso solicitado. O envio de sementes a instituição internacional é regido por normas do Governo Federal e da Embrapa, cabendo a Embrapa Arroz e Feijão apenas preparar a documentação necessária e enviá-la a Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, que é a unidade da Embrapa responsável pelo intercâmbio internacional de germoplasma.
Envio de amostras para a Colbase
Os curadores de arroz e de feijão autorizarão e providenciarão o envio de amostras dos acessos armazenados no BAG Arroz e Feijão para a Coleção de Base da Embrapa – Colbase, para fins de armazenamento em longo prazo.
Perspectivas de crescimento
Com um acervo de 27.006 acessos de arroz e 17.345 acessos de feijão o Banco Ativo de Germoplasma de Arroz e Feijão é considerado o maior banco de germoplasma da Embrapa, com 44.351 acessos. As recentes reformas estruturais implementadas no BAG Arroz e Feijão permitiram modernizá-lo e adaptá-lo para uma conservação e uso mais eficiente de recursos genéticos nos próximos anos. Hoje, o BAG Arroz e Feijão está dotado de toda uma infraestrutura de câmara fria e seca com capacidade para armazenamento e conservação de cerca de 87.045 acessos, casas teladas para multiplicação de acessos de arroz e feijão com toda segurança, telados de campo para caracterização de acessos de arroz e áreas de campo espécíficas para condução de pesquisas com recursos genéticos de arroz e feijão. Para os próximos anos, os principais desafios do BAG Arroz incluem: a multiplicação/regeneração e caracterização dos 10.050 acessos originais, multiplicação dos 16.956 acessos da coleção americana de arroz recebida do USDA e a formação do banco de dados através da migração dos dados dos germoplasmas para o Programa ALELO, que é o software de gerenciamento dos BAG’s da Embrapa. O desenvolvimento de pesquisas com recursos genéticos de arroz é outra grande prioridade e dentre elas podemos destacar a formação de Coleções Nucleares Temáticas focadas nos principais problemas da cultura como, seca, frio, brusone, vigor de plântula, atividade nitrato-redutase, qualidade de grãos e produtividade o que permitira uma sistematização dos recursos genéticos armazenado no BAG Arroz facilitando o seu uso principalmente pelos melhoristas de arroz. As coleções temáticas oferecem uma alternativa para as restrições de tamanho impostas por grandes coleções nucleares, concentrando o esforço na obtenção de coleções compactas com alta diversidade genética caracterizadas morfologicamente e agronomicamente para uma característica ou tema de interesse, contituíndo-se em verdadeiros bancos de caracteres.
Os principais desafios para o BAG Feijão será a finalização do inventario e quantificação da viabilidade germinativa e vigor das sementes dos acessos armazenados. Em uma segunda etapa será necessária a multiplicação e caracterização dos 15.721 acessos de Phaseolus vulgaris e 1.624 acessos silvestres de Phaseolus, totalizando 17.345 acessos, bem comoa a formação do banco de dados através da migração dos dados dos germoplasmas para o Programa ALELO. O desenvolvimento de pesquisas com recursos genéticos de feijão inclui as seguintes prioridades:
- a) formação de coleções temáticas focadas nos principais problemas da cultura como, seca, calor, escurecimento e endurecimento de grãos, eficiência nutricional em baixo fósforo, fixação biológica de nitrogênio, arquitetura de planta, tolerância a doenças, qualidade de grãos e produtividade;
- b) desenvolvimento de linhagens contrastantes para fatores bióticos e abióticos visando estudos genéticos.
A conservação de germoplasma possui atividades rotineiras que demandam um custo específico para a sua realização. Para que estas atividades sejam realizadas, o recurso anual deve estar disponível, sob o risco de comprometimento da qualidade das coleções. Estimativas feitas por Ferreira et al. 2007 mostram que o custo de manutenção a longo prazo de uma amostra com cerca de 2.000 sementes de um acesso de arroz em uma câmara fria gira em torno de R$ 6,00 por ano (isto inclui, por exemplo, custos com embalagem, eletricidade, depreciação de equipamentos, manutenção e consertos, energia de geradores, seguro, etc). Como as coleções de arroz e de feijão da Embrapa Arroz e Feijão possuem 26.006 e 17.345 acessos respectivamente, apenas o simples armazenamento das amostras de arroz em câmaras de conservação custa aproximadamente R$ 156.036,00 para arroz e R$ 104.070,00 para feijão, totalizando R$ 260.016,00 por ano. Portanto, além de recursos do seu orçamento, a Embrapa Arroz e Feijão terá que buscar apoio financeiro e outras fontes para poder manter este patrimônio genético. Potencial apoio pode ser solicitado junto:
- a) Ao Tesouro Nacional, com apoio da Comissão de Agricultura do Congresso Nacional. O recurso seria específico para a conservação de recursos genéticos da agricultura brasileira. Este patrimônio é estratégico e é público, servindo a todo o setor agrícola brasileiro.
- b) As instituições que financiam áreas estratégicas para o Brasil, como o BNDES. Conservar germoplasma para o futuro é estratégico para o país, é moeda importante nas relações entre os países. Se a sociedade brasileira identifica a conservação de germoplasma como estratégica para a nação, então os recursos para a manutenção do germoplasma devem ser suficientes e garantidos anualmente.
- c) As Fundações das Empresas Estatais como a Petrobrás e o Banco do Brasil.